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Mauá, Sp, Brazil
A parte mais linda de mim são os textos que escrevo, porque fora deles, sou um poço sem fundo, o sarcasmo e a ironia em pessoa. Prazer, essa sou eu.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Carta ao Noel


         Querido Papai Noel,
   agora que estou de férias tenho visto mais televisão, vejo tanta gente tendo seus desejos de Natal realizados, mas são pessoas pobres que tem desejos compráveis que realmente transformam ou ajudam a transformar suas difíceis vidas - De certa forma me sinto até boba de lhe escrever, minha vida apesar de algumas dificuldades, pode ser considerada boa em vista de outras... No entanto, meu pedido é tão sincero e humilde que achei que não custava escrever. Lembrei aquela música "seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem", na verdade não sei se era bem verdade...
no Natal eu não ganho aqueles presentes adoráveis e tradicionais da festa, me atrevo a dizer que nunca ganhei um presente natalino de verdade. Mas eu nunca me importei com isso...é aquela velha teoria do determinismo sabe.
    Várias coisas me passaram pela mente, presentes que eu poderia dar a mim mesma.. arrumação para a ceia...
Mas, há algo mais importante, e eu decidi que abro mão de outros pedidos por este:
   Eu queria o espírito natalino.
 Minha  casa não está cheia de enfeites vermelhos, não há uma guirlanda na porta, nem bonecos seus nas estantes, nem há luzes piscando durante a noite, na verdade querido Noel, não há nenhum enfeite sequer.
Este ano não jantarei com os outros, minha familia nunca esta toda reunida, mas neste natal especialmente, fui eu quem não se juntou a nenhum grupo.
 os motivos que dei aos outros (e a mim mesma) foram diversos, mas nada convincentes. Eu sei que a verdadeira razão é a falta de vontade e de  significado. No momento eu só vejo o Natal como o último feriado do ano, um tempo de folga, muitos gastos, uma festa com luzes. É por isso que prefiro ficar no meu quarto, passar dormindo, sem "boa noite" se fazendo necessario.
    De um ano para outro eu fui perdendo o caminho da magia natalina... mas este ano, mais do que em qualquer outro eu sinto que , o mais importante está faltando e isso não se resume a minha casa ou a mim. Ninguém por ai lembrou o motivo desta festa, nem vou apelar tanto pelo lado religioso, ja que muitos montam prezépios e vão a missa todo domingo não é ( ¬_¬ )...
Mas,  as pessoas se se esqueceram que o que realmente importa, não são os enfeites, a ceia ou os presentes. É a família, é a fraternidade entre amigos e irmãos, é o amor que nos une, a paz, a esperança... Todos aqueles votos tão bem escritos nos cartões não podem ser só palavras.
   Estão todos tão distantes, trabalhando muito, preocupados com os presentes que faltam, com a organização da festa ou das viagems. Eu vejo rostos cansados, testas enrugadas, lábios apertados,  pés inchados ou vermelhos,  mãos sempre se movimentando, e medicamentos contra dor de cabeça. Não devia ser assim.
E é por isso que eu queria o espírito natalino, para poder contagiar as outras pessoas, e lembrá-las do verdadeiro significado do natal.
Ah, querido Noel, por favor, eu acho que não deve ser um pedido dos mais fáceis, mas eu ouso acreditar que é mais importante que muitas bicicletas, bolas ou mesmo milagres financeiros

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Dilúvio de emoções...


  Desde o ultimo desastre, eu me levantei, desci do pico mais alto das minhas emoções onde tinha conseguido ficar ilhada e comecei a reconstruir o castelo dos meus sentimentos.
  Eu tentei reconstruir cada pedaço ... procurei colocar cada certeza, cada medo .. cada sorriso, tudo de volta em seu devido lugar. É claro, agora eram materiais novos... e talvez alguns deles deixassem um pouco a desejar em questão de qualidade...
   As duvidas eram constantes, os medos: escuros e profundos... os sonhos e ideais eram fortes.. mas os sorrisos se desmanchavam com facilidade.
   A verdade é que depois do ultimo dilúvio, pouco me restou... antes de ficar ilhada só consegui salvar as lembranças de tudo que havia passado. Eu queria poder dizer que havia me reestabelecido em mim mesma de um maneira próspera, mas não foi bem assim que as coisas aconteceram...
   Eu cresci, e o espaço dentro do meu peito também.. tudo que conquistei ate hoje ainda não foi suficiente pra preencher o vazio que ainda resta... e todas as outras peças ainda não se encaixaram da maneira correta... a pouco tempo elas estavam ajustadas... mas agora algo me incomoda... é como se cada peça batesse no portão do castelo, querendo fugir, sair de meu peito.
  Isso me machuca.. me deixa inquieta, o que há de errado? por que minhas emoções querem sair?
está tudo tão calmo... tranquilo... quieto...
...
.....
-"Quieto e tranquilo demais"... é a prudencia sussurrando em meus ouvidos...
-o que há de errado?
-"o silencio.. a paz foi quebrada: outro dilúvio de emoções vem por ai"...
Preciso me salvar!! subir de novo ao pico mais alto de minhas emoções...!
-"vamos la você consegue....."
-... "não.. eu não consigo, o oceano de sentimentos toca meus pés, vou ser engolida e sufocada...
é o fim..."
Fecho os olhos esperando ficar de uma vez submersa... quando sinto seu toque:
-"Sim é ele"... eu jamais iria me enganar, o toque dessa pele é único, ele esta me segurando... não me deixa afundar... não deixa o oceano me engolir..
-Você se lembra de todas aquelas paredes que construí? Pois bem... olhe em volta.. elas foram abaixo.
...Eu estou sem proteção novamente...sem morada.
Ele, ainda sem me mostrar seu rosto, apenas me abraça: "Esta se sentindo segura novamente?"
  Eu não só estava me sentindo segura e protegida... como me sentia feliz... dentro daquele abraço eu olhava o oceano em volta e não sentia medo... os meus sorrisos se refizeram
eu estava me sentindo mulher... era dele que eu precisava... somente ele pode preencher todo aquele vazio... espere... você esta sentindo isso?
Parece que ai vem o frio... ei! onde você esta?
APAREÇA! eu preciso de você... não me deixe aqui sozinha!
Ele desapareceu e outra vez não ví nem toquei sua face...
   Agora o oceano me assombra... com grito desperto... levanto e me sento na cama com o coração aos pulos dentro do peito...
Outra vez foi um sonho... ele ainda não chegou.. não me encontrou. e eu ainda sinto meu peito vazio.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Entre mentiras, blasfêmias e pingos d'agua...


  Pingos caindo... em seguida estrondos e clarões
eu me deito e fico olhando a chuva cair, e o movimento agitado das nuvens negras.
  Um livro divide minha atenção, entre  gotas d'água e contos do século XVIII e XIX...
  Grandes como: Ítalo Calvino,Hoffmann,Jan Potocki, Joseph Von Eichendorff...  me fazem companhia, me contam dos demônios, das bruxas,  e dos  espíritos de sua época, ouço tudo com atenção, e imagino que  também teria sido perseguida, apedrejada e queimada se fosse uma francesa estranha daquela época.
  Sim, as pessoas não toleram o diferente.. e julgam ser sobrenatural aquilo que não conseguem explicar racionalmente...
  Entre pensamentos e pingos d'água, alguem interrompe minha filosofias: estou sozinha em casa. Meus olhos sorriem. Por alguns instantes poderei ser eu mesma...
poderei curtir esse tempo q tanto gosto... poderei sentir a mim mesma.
  A Tempestade sessa...
  Agora eu sinto  o liquido da vida cair sobre minha cabeça extremamente quente. Ah, como isso me faz bem. é como se desembaraçasse o novelo dos meus pensamentos. Ah agua gelada, traz minha paz de volta, enquanto gela meu corpo...
  A 'Bruxa' que existe dentro de mim se aflora, e toma conta do carnal, por um momento eu posso ser diferente,
...Sair da linha, ter pensamentos impróprios, ser inadequada e imprópria.. não fazer nada que os mortais julgam como certo.
  A chuva começa a cair novamente... e minha vontade é deixar toda a vaidade e sair nua... pisar na terra molhada e sentir os pingos q vem do céu negro... me libertar de todos os males, trazer as virtudes para dentro de mim.
  Eu fecho os olhos, respiro fundo e percebo q algo mudou..Agora eu estou no mundo da bruxa... e ela pensa o que quer... sobre tudo e sobre todos, tem opiniões completamente diferentes das habituais... porem, milhões de pensamentos fazem ela se sentir sufocada.. ela tem seus anseios, seus desejos e suas metas... mas nada é aceito afinal de contas: é tudo blasfêmia... ela é uma Herege.
Algo estranho, a maioria das garotas iria fugir.. se afastar desse "mal".. mas eu não.. eu quero vela de perto.. tocá-la e falar com ela... quero ouvi-la e aos poucos percebo q a admiro.. e me identifico com ela... talvez as pessoas do meu mundo me vejam como ela é vista. E não aceita.
De repente um estrondo> e eu volto a realidade
São os relâmpagos e trovoes que me trouxeram de volta... e me mostraram q eu ainda estou parada, olhando a chuva cair, sentindo os pingos na minha cabeça... nessa pequena cidade, com cachorros latindo e falsas beatas rezando contra a chuva forte. Hipocrisia
A água ainda cai sobre minha cabeça... e sobre meus cabelos negros.
a energia natural me faz sentir confortada e abraçada pela mãe terra.
Um olhar perdido, é encontrado na imagem refletida no espelho
quem é você?
é essa a pergunta q meus olhos me fazem... e os olhos dela, dentro dos meus.. volto ao passado e vejo a pequena menininha que foi criada no carpete, presa, fingindo  que sentia segurança com aquilo.
Parece q aquela garotinha cresceu.. e agora me faz perguntas:
-... quem foi que disse que eu queria me sentir segura? Quem te deste a certeza que  eu não queria ver as ruas, e tudo que acontece nelas??
Outro estrondo, um coração disparado, e nossas mãos se tocando no reflexo das verdades.
O Sorriso irônico... e a imagem daquela mulher refletida no espelho.. ela me fez questionar se eu tenho medo das pedras... ou da fogueira.
Talvez eu seja uma herege para as demais pessoas... e mais do isso
talvez eu goste disso.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Fins e recomeços...


Antes de te conhecer eu me via como um anjo, cheia de inocência e bondade. Quando te conheci me senti mulher, plena e amada. Mas, foi quando te perdi que me tornei quem sou, calejada, aprendiz e ciente da vida como ela é.
   Eu podia ter me amargurado, relaxado e desistido dos homens. Eu devia ter te dado o troco, me casado com um homem lindo, tido filhos e sido muito feliz. Posso não ter feito nada para que visse, é bem verdade, mas acho que o melhor foi não te ver mais. É a distância que restitui os pedaços, fortalece a confiança, e permite que se possa recomeçar.
   Por algum tempo eu deixei de sonhar, tudo que minha mente projetava eram minhas lembranças, com mais frequencia as boas, ainda que me doessem tanto ou mais que as ruins.
   Um dia passou. Foi como se eu tivesse acordado numa nova vida. Eu ainda podia consultar "nossa história", ela continuava ali, intocável, a diferença é que agora já não me tocava tanto. Eu podia seguir em frente, eu sentia.
                                                                               

                                                                              Eu segui (?)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Colorindo de alegria meu passado


Não há sorriso de foto que possa expressar o que eu sentia ao seu lado. Hoje revendo os sorrisos dele me ponho feliz e até satisfeita: eu o fiz feliz. Por isso, se hoje sofro não é pela ausência, pelas garotas ao seu lado, ou pelo seu afastamento. Eu sofro pelos nossos planos, pelos momentos que não voltam, pelo que me fazia sentir e nunca mais sentirei.
Pode parecer besteira, porém onde ficarão nossos cinco filhos? Nossa casa na praia terá outras crianças brincando? Nossas malas não conhecerão juntas os cinco continentes? Quem ficará oito dias em lua de mel na praia? Como faremos nossa sala de biblioteca? Quando convidaremos os amigos para um fim de semana de filmes? Tantos projetos que se perdem.
Ele pode rir ao lembrar, mas quem passará a virada de ano preso no elevador? Quem saberá aproveitar três dias chuvosos numa praia? Quem poderá pedir em namoro junto ao ator do cinema? Quem terá sua primeira vez num camping sob lua cheia? Quem fará promessas às estrelas? Tantas lembranças que colorem álbuns e paredes.
Ninguém pode compreender, no entanto  Quem chorará no primeiro encontro? Quem congelará ao nadar num rio no inverno? Quem ficará feliz com os gols contra dele? Quem o fará feliz nas derrotas? Quem irá segurar a mão dele quando seu próximo sobrinho nascer? Tanta companhia para um dia cessar por completo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Aspirações...


    Os metros ali em baixo eram tudo que eu tinha em mente, eram tudo em que eu pensava. Por tanto tempo fui absorvida pelos problemas dos outros, pelos meus medos, pelos meus planos, pelos meus problemas... E de repente eu me sentia fraca demais, como se não houvesse mais energia. As lembranças, as palavras, os sorrisos, aquilo de que nos alimentamos nos dias tristes pareciam tão pouco... Pouco para me dar coragem, para me dar força... Eu precisava ser reerguida, não me bastava apenas mais uma dose homeopática de alegria. Eu tinha que abandonar a sacada, tirar toda melancolia do meu ser e, no outro dia... SEGUIR.
    Eu preciso voltar a viver. Às vezes tenho dúvida se já vivi. Fugir, omitir, suportar... Nada disso foi viver. Eu quero traçar metas, correr atrás dos meus objetivos, encontrar colaboradores pelo caminho, levar alguns comigo, admirar as conquistas alheias e alcançar as minhas. Almejo viver! Tenho necessidade de me sentir útil, capaz, viva. Desejo felicidade. Anseio por dias melhores, por amores verdadeiros, por companheiros permanentes.
   Na minha história não existe outra protagonista, se não for eu quem será?

sábado, 15 de outubro de 2011

Quanto ás faltas e ás Possibilidades...


Sem ele aqui meu dinheiro sobra todos os meses, assim como meus créditos e as horas dos meus domingos. Voltei a usar mini saia e decotes, a sair com as amigas, e voltar tarde. Voltei a admirar os outros homens na rua, a sorrir ao receber elogios sem receio de ser motivo de briga. Posso usar mais a cor verde, encher-me de creme todas as noites e ouvir mais Bob Marley, parece que posso - e devo - fazer tudo que ele não gostava. Fico horas no telefone com minhas amigas ou com meu amigo/irmão, vou ao shopping e fico dando voltas sem qualquer objetivo, vou à praia caminhar, depois volto pra ler, depois banho de mar, e pra terminar pego um pouco de sol, durmo quase todos os dias depois do almoço e não tenho hora pra jantar. O que eu queria era que qualquer ou todas essas coisas me satisfizessem.
   Sem ele aqui a cama está sempre fria e vazia, sobra comida, perco a hora de ir ao cinema, não recebo mensagem no meio do dia, nem tenho ânimo de sair pra dançar.
...Quase não me produzo mais e ninguém me elogia, nem com palavras, nem com o olhar, muito menos com o toque. Meu perfume acabou há quase um mês e não me preocupei em comprar outro. Tenho andado relaxada com minha alimentação, com meu cabelo, com minhas unhas, e com as roupas pra lavar. Já não tenho lido tanto, é chato não ter ninguém pra compartilhar ou interromper. Chego em casa desanimada, jogo-me no sofá e dali só saio por fome ou sono. Sem ele aqui, eu não preciso me estressar com os defeitos; mas também não posso admirar as qualidades.
"Desaprendi" a viver sozinha, sinto-me - embora clichê - metade.